sábado, 15 de abril de 2017

REFLEXÕES SOBRE A LEI DE DEUS


Francisco de Assis Daher Pirola

“Não penseis que eu tenha vindo destruir a lei ou os profetas; não os vim destruir, mas cumpri-los: porquanto em verdade vos digo que o céu e a Terra não passarão, sem que tudo o que se acha na lei esteja perfeitamente cumprido, enquanto reste um único iota e um único ponto.” (Mateus, 5:17 e 18.).“Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes. E o escriba lhe disse: Muito bem, Mestre, e com verdade disseste que há um só Deus, e que não há outro além dele; E que amá-lo de todo o coração, e de todo o entendimento, e de toda a alma, e de todas as forças, e amar o próximo como a si mesmo, é mais do que todos os holocaustos e sacrifícios.E Jesus, vendo que havia respondido sabiamente, disse-lhe: Não estás longe do reino de Deus. E já ninguém ousava perguntar-lhe mais nada.” (Marcos 12:30-34).

A Lei de Deus é o único e soberano fundamento ético estruturante e sustentável dos alicerces da existência cósmica.[1]. Toda atividade (origem, desenvolvimento, ação e regulação), em qualquer quadrante dos universos conhecidos e naqueles ainda não alcançados com os recursos hoje existentes, está submetida a essa Lei, cuja abrangência e desdobramentos formam um contexto cósmico ainda inapreciável e inabordável para a nossa humanidade, na atual graduação de conhecimento em que se situa.

A formatação visível dessa Lei foi apresentada a Moisés no Monte Tabor, de forma sintética, ficando conhecida como os Dez Mandamentos[2], conforme relata o Antigo Testamento, e foram resumidos em dois: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas”.[3], sendo preciso ressaltar que essa nova disposição não significava, nem significa, a negação da Lei Mosaica, mas sim, o seu cumprimento sob novo prisma, ou seja, sob a égide do Amor.

A Lei de Deus − Lei Cósmica − regula a Vida na imensidão cósmica, alcançando todas as dimensões da vida: o plano espiritual, o espaço sideral, o plano terreno, nossa casa, nosso trabalho, enfim, todos os recantos da Existência[4]. Um astronauta do nosso plano terrestre, conduzindo uma nave espaço afora, está submetido e será alcançado por essa Lei, da mesma forma que um motorista no solo do planeta, conduzindo o seu veículo pelas ruas da cidade, pelo que, podemos inferir que um erro cometido na solidão do deserto tem a mesma regulação de um cometido no meio da multidão. Nada é secreto para o Olho que tudo vê[5].

Dessa perspectiva, a Lei de Deus deve ser reflexionada de forma transcendente, além do círculo estreito de uma vivência restrita ao nosso acanhado planeta. Vivemos em pleno Cosmos, no mesmo plano de estrelas, galáxias e nebulosas, e a Terra, ainda que pequena na escala dos mundos, é uma dessas bilhões de moradas (João, 14:1 a 3) que cintilam em nossas noites estreladas[6]. E nessa infinitude Deus está e, portanto, estamos com Ele, mergulhados no Seu Plasma − oceano cósmico que sustenta a Existência em todas as suas manifestações, nas mais diversas dimensões de tempo e espaço.

Assim, o que temos, inescapavelmente, na base de tudo, sob qualquer ângulo ou aspecto que se queira ou se possa analisar, é a Lei de Deus[7].
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[1] O unívoco na Lei de Deus.
[2]Para a Doutrina Espírita, a Lei Mosaica, como também é chamada, constitui a primeira de três revelações. Com o advento do Cristo temos a segunda; a terceira revelação, o Consolador Prometido, para os espíritas, é a Doutrina dos Espíritos, codificada por Allan Kardec.
[3] (Mateus 22:36-40).
[4] O caráter abrangente da Lei de Deus.
[5] O caráter inescapável.
[6] O caráter transcendente.
[7] O caráter absoluto.

Imagem: www.google.com. Acesso em: 20/setembro/2015.
Formatação atualizada em: 15/abril /2017.

quinta-feira, 13 de abril de 2017

SEMPRE CHAMADOS


Pelo Espírito André Luiz

O cristão é chamado a servir em toda parte.
Na casa do sofrimento, ministrará consolação.
Na furna da ignorância, fará esclarecimento.
No castelo do prazer, ensinará a moderação.
No despenhadeiro do crime, sustará quedas.
No carro do abuso, exemplificará sobriedade.
Na toca das trevas, acenderá luz.
No nevoeiro do desalento, abrirá portas ao bom ânimo.
No inferno do ódio, multiplicará bênçãos de amor.
Na praça da maldade, dispensará o bem.
No palácio da justiça, colocar-se-á no lugar do réu,
a fim de examinar os erros dos outros.
Em todos os ângulos do caminho,
encontraremos sugestões do Senhor, desafiando-nos a servir.
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(“Agenda Cristã”/ditado pelo Espírito André Luiz;
[psicografado por] Francisco Cândido Xavier-
45ª edição-Brasília:Federação Espírita Brasileira, 2012.
Lição nº 45. págs.101/102.)
Imagem: www.google.com. Acesso em: 13/abril/2017.

segunda-feira, 10 de abril de 2017

MEDIUNIDADE


Pelo Espírito Emmanuel
'...mas é sobre a mediunidade, gloriosa luz dos céus oferecida às criaturas, no Pentecostes, que se edificam as construções espirituais de todas as comunidades sinceras da Doutrina do Cristo...'
No dia de Pentecostes, Jerusalém estava repleta de forasteiros. Filhos da Mesopotâmía, da Frígia, da Líbia, do Egito, cretenses, árabes, partos e romanos se aglomeravam na praça extensa, quando os discípulos humildes do Nazareno anunciaram a Boa Nova, atendendo a cada grupo da multidão em seu idioma particular.

Uma onda de surpresa e de alegria invadiu o espírito geral.

Não faltaram os cépticos, no divino concerto, atribuindo à loucura e à embriaguez a revelação observada. Simão Pedro destaca-se e esclarece que se trata da luz prometida pelos céus à escuridão da carne.

Desde esse dia, as claridades do Pentecostes jorraram sobre o mundo, incessantemente.

Até aí, os discípulos eram frágeis e indecisos, mas, dessa hora em diante, quebram as influências do meio, curam os doentes, levantam o espírito dos infortunados, falam aos reis da Terra em nome do Senhor.

O poder de Jesus se lhes comunicara às energias reduzidas.

Estabelecera-se a era da mediunidade, alicerce de todas as realizações do Cristianismo, através dos séculos.

Contra o seu influxo, trabalham, até hoje, os prejuízos morais que avassalam os caminhos do homem, mas é sobre a mediunidade, gloriosa luz dos céus oferecida às criaturas, no Pentecostes, que se edificam as construções espirituais de todas as comunidades sinceras da Doutrina do Cristo e é ainda ela que, dilatada dos apóstolos ao círculo de todos os homens, ressurge no Espiritismo cristão, como a alma imortal do Cristianismo redivivo.
“E nos últimos dias acontecerá, diz o Senhor, que do meu Espírito derramarei sobre toda carne; os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, vossos mancebos terão visões e os vossos velhos sonharão sonhos.” — 
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(Do livro "Caminho, Verdade e Vida",
psicografado por F.C.Xavier, ditado pelo
Espírito Emmanuel.14ª Ed. FEB.1990.)
Acesso em: 10/abril/2017.
Formatação atualizada em 10.04.2017.

domingo, 9 de abril de 2017

HUMILDADE

Pelo Espírito Emmanuel

'...Humildade não é servidão. É, sobretudo, independência, liberdade interior que nasce das profundezas do espírito, apoiando-lhe a permanente renovação para o bem...'
A humildade, por força divina, reflete-se, luminosa, em todos os domínios da Natureza, os quais expressam, efetivamente, o Trono de Deus, patrocinando o progresso e a renovação.

Magnificente, o Sol, cada dia, oscula a face do pântano sem clamar contra o insulto da lama; a flor, sem alarde, incensa a glória do céu. Filtrada na aspereza da rocha, a água se revela mais pura, e, em seguida às grandes calamidades, a colcha de erva cobre o campo, a fim de que o homem recomece a lida.

À carência de humildade, que, no fundo, é reconhecimento de nossa pequenez diante do Universo, surgem na alma humana doentios enquistamentos de sentimento, quais sejam o orgulho e a cobiça, o egoísmo e a vaidade, que se responsabilizam pela discórdia e pela delinqüência em todas as direções.

Sem o reflexo da humildade, atributo de Deus no reino do “eu”, a criatura sente-se proprietária exclusiva dos bens que a cercam, despreocupada da sua condição real de espírito em trânsito nos carreiros evolutivos e, apropriando-se da existência em sentido particularista, converte a própria alma em cidadela de ilusão, dentro da qual se recusa ao contato com as realidades fundamentais da vida.

Sob o fascínio de semelhante negação, ergue azorragues de revolta contra todos os que lhe inclinem o espírito ao aproveitamento das horas, já que, sem o clima da humildade, não se desvencilha da trama de sombras a que ainda se vincula, no plano da animalidade que todos deixamos para trás, após a auréola da razão.

Possuída pelo espírito da posse exclusivista, a alma acolhe facilmente o desespero e o ciúme, o despeito e a intemperança, que geram a tensão psíquica, da qual se derivam perigosas síndromes na vida orgânica, a se exprimirem na depressão nervosa e no desequilíbrio emotivo, na ulceração e na disfunção celular, para não nos referirmos aos deploráveis sucessos da experiência cotidiana, em que a ausência da humildade comanda o incentivo à loucura, nos mais dolorosos conflitos passionais.

Quem retrata em si os louros dessa virtude quase desconhecida aceita sem constrangimento a obrigação de trabalhar e servir, a benefício de todos, assimilando, deste modo, a bênção do equilíbrio e substancializando a manifestação das Leis Divinas, que jamais alardeiam as próprias dádivas.

Humildade não é servidão. É, sobretudo, independência, liberdade interior que nasce das profundezas do espírito, apoiando-lhe a permanente renovação para o bem.

Cultivá-la é avançar para a frente sem prender-se, é projetar o melhor de si mesmo sobre os caminhos do mundo, é olvidar todo o mal e recomeçar alegremente a tarefa do amor, cada dia.

Refletindo-a, do Céu para a Terra, em penhor de redenção e beleza, o Cristo de Deus nasceu na palha da Manjedoura e despediu-se dos homens pelos braços da Cruz.
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(“Pensamento e Vida”, ditado pelo Espírito Emmanuel
ao médium Chico Xavier. 3ª Ed. FEB. 1972. Lição nº 24. p.111 a 114.)
Imagem: www.google.com . Acesso em:28/junho/2012.
Atualização:09/abril/2017. Destaques: pelo Blog.

domingo, 2 de abril de 2017

FLUIDO CÓSMICO

Pelo Espírito Áureo

'...Como já foi dito, é no Eterno Pai que somos e vivemos. Ele é nossa vida e nossa luz, nossa essência e nossa destinação...'


Assim como o fluido mentomagnético envolve e penetra o organismo fisiopsicossomático do ser humano, que modela e comanda em suas mais íntimas estruturas, o Universo inteiro vive mergulhado e penetrado pelo fluido cósmico e vivificador que dimana da Mente Paternal de Deus.

Como já foi dito, é no Eterno Pai que somos e vivemos. Ele é nossa vida e nossa luz, nossa essência e nossa destinação. DEle recebemos o dom do raciocínio e do movimento, da consciência e da vontade. Ele é a alma de nossa alma, a substância de nosso ser. Existimos e evoluímos para conhece-Lo, amá-Lo e nEle nos realizarmos na plenitude do Espírito, que é felicidade e harmonia, amor e poder. Viajamos para Ele desde tempos imemoráveis, do cristal ao vírus, da alga ao cefalópode, da esponja à medusa, do verme ao batráquio, do lacertino ao mamífero, do pitecantropo ao homem.

Através das eras incontáveis e das inúmeras transformações evolutivas que experimentamos, Seu Divino Amor nos guia e sustenta, no carinho e na lucidez da Sua Justiça Misericordiosa e da Sua Ilimitada Bondade.

Infinito em Sua Solicitude, Ele não cessa de se mostrar a nós, Seus filhos, todos os dias, a todas as horas e em todas as situações, no sol da manhã e nas estrelas da noite, na imponência dos desertos e na placidez dos oásis, na doçura das fontes e na grandeza dos mares, no milagre dos nascimentos e no mistério das mortes.

É no celeiro inesgotável do Seu Hausto Divino que os Arcanjos retiram o plasma vivificante com que constróem as galáxias e formam as constelações, distendendo e multiplicando, pelos domínios do sem-fim, a esplêndida sinfonia da vida.

Esse Supremo Ser, Todo-Poderoso na Sua Eternidade e na Sua Glória Infinita, vive em nós, e nós vivemos nEle! Seu Hálito nos envolve e nos penetra sem cessar. Somos Seus filhos, aprendizes da ciência e da arte de buscá-Lo, de descobri-Lo e de revelá-Lo em nós mesmos, pelo nosso esforço de comunhão com Sua Divina Santidade, através do trabalho e do amor, na subida evolutiva que não pára.

Quanto mais aprendemos e crescemos, mais pequeninos nos sentimos na escala infinita dos seres, em face das excelsas grandezas que continuamente deparamos. Quando, porém, nos voltamos para o Senhor de Tudo e de Todos, e sentimos vibrar dentro de nós o Espírito Divino de nosso Criador e Pai, reintegramo-nos na graça e na esperança, na alegria e na felicidade de existir, cônscios de que, através do tempo-espaço de nossas limitações e de nossas dores, chegaremos um dia à intemporalidade ilimitada da perfeição, no Seio Paterno do Onipotente Amor de que provimos.

O fluido cósmico que liga a Criação ao Criador é fonte inexaurível, sempre ao alcance de todas as criaturas. É nele que a nossa mente espiritual busca e encontra a quintessência energética de que se sustenta, e é a partir dele que elabora a matéria mental que expede através do pensamento, sob a forma de fluido mentomagnético.

Somos, por isso, de Deus, como tudo é de Deus, porque nós, como tudo, dEle provimos e dEle nos sustentamos. Ao malbaratarmos os bens da vida, depredamos o que é do Pai Celeste, que, todavia, nos tolera e nos ensina pacientemente a usar a herança que Ele nos destinou ao nos criar, até que aprendamos, com os recursos do tempo e da experiência, a assumir e a exercer definitivamente o Principado Espiritual, no seu Reino Divino.🔵
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Do livro "Universo e Vida", pelo Espírito Áureo,
psicografia de Hernani T. Sant'Ana,
1ª ed.FEB. 1978,págs. 101/102.
Imagem: www, google.com.
Acesso em:24/março/2017.