terça-feira, 24 de dezembro de 2013

JESUS VIVE!


Por Leonardo Pereira*

Natal é recomeço e reestruturação e, sobretudo, renovação.

Nasce o Cristo de Deus, novamente, em cada coração. Lembrado por muitos, reverenciado por outros tantos, compreendido por poucos, Jesus prossegue, século a século, ampliando os horizontes da raça humana (principalmente dos cristãos), em relação ao seu nascimento, vida, morte e renascimento, mostrando que a continuidade de seus ensinamentos se sustenta na Verdade infinita do “amar a Deus, ao próximo e a si mesmo”.

Mais de vinte séculos, e ainda nos prendemos na necessidade de aparentar o nosso amor a Deus, mostrar aos outros que temos fé, que somos os filhos eleitos da divindade. Só que, a cada dia, nos distanciamos do Criador, vivenciando as querelas mundanas do deter, poder e consumir, demonstrando, com isso, a incompreensão do que recomendou o Nazareno: “Amar a Deus sobre todas as coisas”. O nosso amor, sem sombra de duvidas, está mais ligado a coisas e pessoas. Deus, quase sempre, não aparece nas prioridades do nosso dia a dia.

Por outro aspecto, com o nosso orgulho, rotulamo-nos com diversas denominações religiosas, buscando atender aos apelos do ego. Muitas vezes, com nossas consciências culpadas, tentamos “barganhar” com o Criador a nossa redenção, dizendo-nos seus filhos, sussurrando pelos cantos da alma que o Pai é maior. Mas vivemos com medo do autoencontro com essa Consciência Divina, que habita em todos nós, demarcando, no interior da cada alma, os caminhos que verdadeiramente levam ao Criador Supremo.  Fingimos fidelidade e sofremos, por não termos a fé, a certeza de que Deus está conosco em todos os instantes, principalmente nos momentos de dor. Prendemo-nos na forma, não na essência, transformando o Filho no Pai, trazendo a todo custo o atavismo dos sacrifícios do passado, colocando Jesus na condição de cordeiro que verte o sangue para aplacar a “ira” de um “deus”, rogando que tal sacrifício leve e lave os nossos desenganos.

Jesus, o maior Espírito que pisou sobre a Terra, “Guia e Modelo da humanidade”, conforme ensinam os imortais de “O Livro dos Espíritos”, não veio lavar com sangue as máculas da alma, pois o sangue não limpa as chagas do espírito, a não ser que isso seja traduzido como renascimento na carne (sangue), quando o espírito, então, tem a possibilidade de refazer seus caminhos, através de novas experiências, novas escolhas, nos campos benditos da prova ou da expiação.

Em verdade, Jesus veio no momento em que a humanidade necessitava avançar nos campos do espírito. Sua mensagem, portanto, não é para o homem da época: dirige-se ao espírito imortal, que avança e, enfim, pode compreender o legado do Amor, legado esse que tem o poder, sim, de acabar com os dramas e tramas relacionados com a mágoa, a raiva, o ódio e o desamor, responsáveis diretos por nos deixar na retaguarda evolutiva moral.

Neste momento do Natalício de Jesus, muitas vezes esquecemos o que realmente representa o seu nascimento. Nos ocupamos em dar e receber presentes, em festas diversas, em lautos jantares, e homenagear figuras criadas pelos marqueteiros de plantão, que nos induzem a consumir em nome de quem sempre nos ensinou a compartilhar.

Eu presenteio a quem gosto e gosta de mim; eu me reúno com os meus próximos, principalmente se “estes” são meus afetos, concordam comigo, ou estão na mesma classe social.

Por mais que estejamos aprendendo a amar na convivência familiar, não conseguimos ainda lançar o nosso olhar para além da barreira do conforto, observando que também o próximo se representa na figura do mais necessitado, e que na maioria das vezes nossas necessidades não são ganhar “coisas”.

Dar e receber: eis aí o maior dos presentes, já que é em nome de Jesus ou em sua homenagem, doação essa que pode ser resumida em algumas palavras, como: afeto, carinho, atenção, cuidado, perdão, solidariedade, justiça, caridade.

Exercitando cada uma dessas ações, nos encontraremos, de fato, amando o próximo como recomenda o Divino Amigo.

Entretanto, se amar o próximo não é tarefa das mais fáceis, imagine a recomendação de amar o inimigo? Parece tão distante de nós, que acreditamos muitas vezes como impossível de se praticar. Mas, pasmem, é possível! Jesus veio e viveu esse ensinamento. Depois, muitos outros seguiram esse preceito divino, amando sem distinção.

Amar o inimigo é igualmente um verdadeiro presente de Natal em nossas vidas. Podemos começar por não desejar o mal, não manter a mágoa, não revidar as ofensas. E, com toda a certeza, a cada ano, mês, hora, minuto, segundo, aprenderemos a perdoar, exercitando o amor em suas múltiplas faces.

Mas um questionamento ecoa na minha alma neste momento. E eu o repasso a você, que lê estas breves linhas: como posso falar de amor a Deus, ao próximo, a meu inimigo, se ainda não me amo?

É, caro peregrino (a)! A nossa estrada precisa ser pavimentada pelos ensinos de Jesus. Só assim compreenderemos que, se esse amor não começar por nós mesmos, não conseguiremos amar de verdade. Primeiro, eu preciso me amar, me aceitar como estou, gostar do que sou, parar de me culpar por não ser perfeito e trabalhar em prol da minha renovação.

No entanto, o autoamor, mesmo sendo tarefa urgente, não pode ser apressado. Não se consegue em “10 lições”. Começa de dentro para fora, na conquista da autoestima, valorizando o nosso momento reencarnatório, nossas famílias, nossa comunidade, nossas casas espíritas, nossa vida, enfim. Quando eu me amar, amarei com certeza o outro, por compreender que estamos na mesma caminhada evolutiva. Amando a mim e ao próximo, amarei também o inimigo do passado, que se tornará amigo, e aí sim, estarei na condição de amar a Deus, agora sobre todas as coisas. Isso é Natal. Natal com Jesus!

Que o Cristo de Deus renasça mais uma vez em nossos corações, pois Ele, acima de qualquer uma de nossas experiências, vive e permanece conosco!

*  *  *
(*)Leonardo Pereira é orador espírita e presidente do Grupo Espírita
Lamartine Palhano Júnior, situado no Bairro Goiabeiras-Vitória-ES.
Imagem:www.google.com. Acesso em:23/dezembro/2013.

domingo, 15 de dezembro de 2013

PRECE DE CARITA



Jardin des Plantes, o jardim botânico de Paris, com o Museu de História Nacional ao fundo,1840 - Glaziou
Pelo Espírito Carita

Deus, nosso Pai, que sois todo poder e bondade, dai a força àqueles que passam pela provação, dai a luz àquele que procura a verdade, ponde no coração do homem a compaixão e a caridade.

Deus! Dai ao viajor a estrela guia, ao aflito a consolação, ao doente o repouso.

Pai! Dai ao culpado o arrependimento, ao Espírito a verdade, à criança o guia, ao órfão o pai.

Senhor! Que vossa bondade se estenda sobre tudo que criastes.

Piedade, meu Deus, para aqueles que Vos não conhecem, esperança para aqueles que sofrem.

Que a Vossa bondade permita, hoje, aos espíritos consoladores derramarem por toda a parte a paz, a esperança e a fé.

Deus! Um raio, uma faísca do Vosso amor pode abrasar a terra; deixai-nos beber nas fontes dessa bondade fecunda e infinita, e todas as lágrimas secarão, todas as dores se acalmarão.

Um só coração, um só pensamento subirá até Vós, como um grito de reconhecimento e de amor.

Como Moisés sobre a montanha, nós estendemos os braços em vossa direção, ô poder, ô Bondade, ô Beleza, ô Perfeição, e queremos em qualquer sorte merecer a vossa misericórdia.

Deus! Dai-nos a força de ajudar o progresso a fim de subirmos até Vós; dai-nos a caridade pura, dai-nos a fé e a razão; dai-nos a simplicidade que fará de nossas almas o espelho onde se refletirá a Vossa Imagem."
*  *  *
Nota
A Prece de Carita (conhecida no Brasil como “Prece de Cáritas”) veio a lume pelo Espírito Carita, no Natal de 1873, por intermédio de Madame W. Krell, que atuava no círculo espírita de Bordeaux, França. A publicação da prece deu-se, originalmente, na obra de Madame Krell, “Rayonnements de la Vie Spirituelle”, na própria Bordeaux, em maio de 1875.
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Leia mais sobre esta linda prece em:
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Acesso em: 18/setembro/2011.
Formatação atualizada em: 15/dezembro/2013.

sábado, 2 de novembro de 2013

KARDEC A BIOGRAFIA


A obra “Kardec A biografia”, com autoria de Marcel Souto Maior, chegou às livrarias no dia 21 de outubro. O mesmo autor de “As vidas de Chico Xavier” aborda Hippolyte Léon Denizard Rivail, foco do livro que conta ”como um cético notório se transformou em uma referência quando se trata de comunicação espiritual e vida após a morte”. Há previsão de que esta obra seja transformada em filme ao longo do ano de 2014, com produção de Wagner de Assis, mesmo produtor do filme Nosso Lar. Mais informações do livro, da Editora Record, podem ser obtidas pelo telefone 0800-140090.
* * *
(Texto e imagem - divulgação do site da FEB:
www.febnet.org.br . Acesso em: 02/novembro/2013.)

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

NO GRANDE MINUTO


Pelo Espírito Emmanuel

"[...] Se pedes roteiro para mirar, recorda o Cristo,
na derrota aparente. [...]"

No grande minuto da experiência, disseste, desapontado:

– Só vejo o mal pelo bem.
– Não posso mais.
– Fracassei.
– Agora é parar com tudo.
– Fiz o possível.
– Não me fales mais nisso.
– Estou farto.
– Muito difícil.
– Em tudo é desilusão.
– Sofri que chega.
– Continue quem quiser.
– Ninguém me ajuda.
– Deixa-me em paz.
– Estou vencido.
– Não quero complicações.
– É problema dos outros.
– Não sou santo.
– Desisti.
– Basta de lutas.

Entretanto, sombra vencida é porta de luz maior.

Se os amigos fugiram, continua fiel ao bem.

Se tudo é aflição em torno, não desanimes.

Se alguém te calunia, responde sempre fazendo o melhor que possas.

Se caíste, levanta-te renovado e corrige a ti mesmo.

Não existe merecimento naquilo que nada custa. Todos nós aprendemos e trabalhamos, dias e dias, e, às vezes, por muitos anos, para vencer nesse ou naquele grande momento chamado “crise”.
É a vitória na crise que nos confere mais ampla capacidade.

Se pedes roteiro para mirar, recorda o Cristo, na derrota aparente.
Humilhado e batido, supliciado e crucificado, torna ao mundo, em Espírito, sem que ninguém lhe requeira a volta.

E, materializando-se, divino, entre os mesmos companheiros que o haviam abandonado, longe de referir-se aos remoques e tormentos da véspera, recomeça o trabalho, dizendo simplesmente:
– “A paz seja convosco.”
*  *  *
(Do livro "Religião dos Espíritos", de Emmanuel, psicografado por Chico Xavier. 
FEB. 4ª ed. 1960. Reunião pública de 30/11/59 - Questão nº 646).
Imagem: www.google.com. Acesso em: 11/março/2012.

sábado, 5 de outubro de 2013

O AUTOENCONTRO

Paisagem da Cilícia
Por Leonardo Pereira*
"[...] Buscando o exemplo do Apóstolo dos Gentios, devemos nos inquirir se já não está na hora de também invadir os nossos desertos e perscrutar o que desconhecemos em nós mesmos [...]"
Saulo!.. Saulo!.. por que me persegues?” ─ a frase emblemática se refere ao encontro do doutor da Lei judaica, Saulo de Tarso, com Jesus de Nazaré, na estrada de Damasco, a “cidade de jasmim”, capital da Síria.

Considerada a cidade mais antiga a ser habitada continuamente no mundo, Damasco foi palco da conversão de Saulo, perseguidor do Cristianismo, que, após o seu autoencontro, tornou-se, no seu tempo, o maior divulgador da mensagem de Jesus.

O então futuro Apóstolo dos Gentios nasceu por volta do ano 5, da nossa era, na cidade de Tarso, na Cilícia, Ásia Menor, pertencente hoje à Turquia, à época território anexado ao Império Romano (talvez aqui a programação Divina propiciando a um futuro divulgador do Cristianismo o salvo-conduto, o passaporte romano).

Apesar da cidadania romana, Saulo era um judeu da Diáspora (Dispersão) e pertencia a uma importante e rica família. Aos 14 anos, começou a receber a formação rabínica, sendo criado de forma rígida, com a exigência do cumprimento das rigorosas normas dos Fariseus, classe religiosa dominante daquela época, na qual predominava o orgulho racial tão peculiar aos judeus da antiguidade.

Depois de ser preparado para se tornar um doutor da Lei, mudou-se para Jerusalém, despontando como um dos principais sacerdotes do Templo de Salomão. Nesse período, deparou-se com uma seita iniciante, nascida dentro do judaísmo, contrária, porém, na visão dos doutores da lei judaica, aos principais ensinos farisaicos ─ o Cristianismo.

Contratado para perseguir e exterminar os seguidores dessa seita ─ seguidores do carpinteiro de Nazaré ─ apelido dado aos discípulos de Jesus, Saulo não mediu esforços para acabar com o que acreditava ser uma ameaça ao seu povo, sua religião. Mas, apesar de tudo que fazia para minar o crescimento dos adeptos da nova seita, ela continuava crescendo com força, principalmente após a morte e ressurreição de seu líder ─ Jesus. A cada dia novos seguidores surgiam, engrossando a massa dos que acreditavam que Ele era “o filho de Deus”, “o messias”, “o ungido”, “aquele que veio para libertar o povo”.

No ano de 35 d.C., dois anos após a crucificação de Jesus, logo depois de ter mandado executar Estevão (um dos primeiros mártires do Cristianismo), Saulo, impulsionado pela obsessão de acabar com os principais líderes cristãos, seguiu para Damasco. Ia ao encalço de um deles principalmente ─ Ananias ─ “a fim de castigá-lo devidamente.

Antes de chegar a Damasco teve uma visão fulgurante de Jesus que, em espírito, lhe perguntava: "Saulo!... Saulo!... por que me persegues?". Sobrevindo-lhe imediata cegueira, foi conduzido à cidade, onde foi curado pelo mesmo Ananias, convertendo-se, então, ao Cristianismo, passando a chamar-se Paulo. A partir daí, surge, então, o "Apóstolo dos Gentios", ou seja, o enviado, para disseminar o Evangelho para o povo não judeu.

O Espírito Emmanuel, na belíssima obra “Paulo e Estevão”, um clássico da literatura espírita, de leitura indispensável, editado pela Federação Espírita Brasileira, narra, com profundidade, pela psicografia do médium mineiro Chico Xavier, a comovente história de Saulo x Paulo.

Essa obra nos desperta para uma importante reflexão: “Saulos” de hoje, a caminho da transformação, não raras vezes encontramos o chamamento “às portas de Damasco”, sendo convocados ao Bem universal e instados, pelo livre-arbítrio, a decidir utopicamente entre matar em nós o amor ou, corretamente, aprender a amar! Mas somente a segunda escolha é capaz de nos conduzir a uma importante perspectiva: a de como nos vemos e como vemos a vida, o que nos permite sair da cegueira material para a claridade espiritual.

Na verdade, Saulo, às portas de Damasco, entendeu que até então vivia na escuridão do orgulho, do egoísmo, da vaidade e do poder prepotente, e o seu autoencontro, nesse caso, propiciado pela cegueira temporária, lhe facultou conhecer-se e conhecer o seu caminho, a sua estrada.

De acordo com Emmanuel (op. cit.), Saulo passa mais de um ano no deserto, tempo necessário para consolidar a sua transformação em Paulo. Ao retomar a antiga profissão (tecelão), começa a tecer um novo caminho na manta da vida. Afasta-se de tudo em que acreditava e mergulha em si mesmo. E, através da introspecção e da reflexão, entende que o homem velho devia dar lugar ao homem novo. E coloca isso em prática. Podemos dizer, então: a luz se fez em Paulo e Paulo fez luz por onde foi.

Buscando o exemplo do Apóstolo dos Gentios, devemos nos inquirir se já não está na hora de também invadir os nossos desertos e perscrutar o que desconhecemos em nós mesmos; se já não chegou o momento de utilizarmos o autoconhecimento para iluminar os escaninhos escuros da nossa mente, onde habitam os homens velhos que teimam em retornar vez ou outra exigindo o direito adquirido pelo tempo, gritando: “Eu sou assim e não vou mudar... eu mando, eu posso”; de promover, na nossa rota de Damasco, o autoencontro, questionando o Saulo que reside em nós  ─ “por que me persegues?” ─ para que, na cegueira da matéria, não predomine o homem velho. E, como Paulo, perguntar: “Senhor, que quereis que eu faça?”.

Deixemos, portanto, que a Claridade Divina transforme a nossa vida, para que, com a visão restaurada e o coração firme na fé, possamos dizer, a exemplo do Apóstolo dos Gentios: “Não sei mais se sou eu que vivo no Cristo ou o Cristo que vive em mim.”
*  *  *
(*) Leonardo Pereira  é orador espírita e atual
presidente do Gelp – Bairro Goiabeiras – Vitória-ES.
Imagem:http://www.lycianturkey.com/lycia-piracy.htm. Acesso em: 13/junho/2012
Formatação atualizada em:05.10.2013.

ESPIRITISMO PASSO A PASSO COM KARDEC


"Os estudiosos da Doutrina Espírita encontrarão neste livro de Christiano Torchi valioso material sobre o Espiritismo. Material esse calcado na obra kardequiana, e contextualizado de tal modo que o leitor moderno tem a impressão de que a Codificação Espírita é da época atual.

Fiel aos princípios do Pentateuco Kardequiano refere-se também às obras complementares, mediúnicas ou não, enriquecendo o pensamento religioso, principalmente quando recorre a André Luiz e Emmanuel, entre outros Espíritos de escol, e a pensadores encarnados, brasileiros e estrangeiros, no afã de informar com responsabilidade e clareza."(*)
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Esta obra pode ser adquirida na Livraria da Feees - Federação Espírita do Estado do Espírito Santo
telefone: (27) 3222-6509.
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(*) - Sinopse e imagem: Livraria Virtual da FEB - www.febnet.org.br. Acesso em: 03/outubro/2013.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

O BOM SENSO

Allan Kardec nasceu em Lyon, França, em 3 de outubro de 1804

"Outubro assinala a data natalícia de Hyppolyte Léon Denizard Rivail, o inolvidável Allan Kardec. Ao ensejo do mês em que o Movimento Espírita promove inúmeros eventos evocativos da vida e obra do Codificador, torna-se oportuna a reflexão sobre a relação entre estudo, prática e difusão, adotada na Seara Espírita.

A legitimação e a validação das ações para fazer jus à adjetivação espírita indubitavelmente se fundamentam nas Obras Básicas e há importante conceito lembrado por Emmanuel: “‘Espírita’ deve ser o nome de teu nome [...]”.1

Na homenagem feita por Camille Flammarion a Kardec, durante o sepultamento do seu corpo, ele o denominou “o bom senso encarnado”.2

A referência é extremamente sugestiva para a atualidade do Movimento Espírita, pois aponta para o esforço coletivo no sentido de se consolidar as ações em geral de maneira coerente com as Obras Básicas do Codificador.

Seja a efeméride evocativa do nascimento de Rivail um estímulo e motivação para que a Doutrina Espírita encontre eco em todos nós – dirigentes e colaboradores dos vários níveis de ação do Movimento Espírita –, balizando a coerência das práticas e da difusão com os princípios espíritas. Aí reside “o bom senso” dos espíritas!
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1XAVIER, Francisco C. Religião dos espíritos. Pelo Espírito Emmanuel. 22. ed. 3. imp. Brasília: FEB, 2013.cap. Doutrina espírita.
2KARDEC, Allan. Obras póstumas. Trad. Evandro Noleto Bezerra.  Rio de Janeiro: FEB, 2009.cap. Discurso pronunciado junto ao túmulo de Kardec por Camille Flammarion, p. 38."

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Texto: Editorial de 'Reformador on line' - Ano 131- nº 2215- outubro 2013-
(http://www.febnet.org.br/). Acesso em 03/outubro/2013.
Imagem: www.google.com. Acesso em: 03.10.2013.
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Leia mais sobre Kardec em:
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domingo, 15 de setembro de 2013

REFLEXÕES SOBRE O SUICÍDIO


O tema é constrangedor e nos remete a lembranças ou ocorrências muito adversas. Não é fácil de assimilar. Mas, infelizmente, os fatos estão aí, presentes, visíveis, chocantes. Pessoas desistem da Vida. Algumas, muito conhecidas, são notícia. De outras tantas, anônimas, nada ficamos sabendo. Nem dos seus dramas, nem dos dramas que envolviam - e vão continuar - envolvendo amigos, familiares, enfim, todos aqueles que partilhavam o convívio dessas vítimas desse ato supremo.

A Folha de São Paulo, em editorial de 12.09.2013, sob o título "O tabu do suicídio" (*) fala de um "pacto tácito de silêncio", a obscurecer, devido à "baixa difusão de uma informação relevante", "um problema significativo de saúde pública". Citando a Organização Mundial de Saúde, o jornal informa que, no ano de 2000, "815.000 pessoas tiraram a própria vida". E ainda, que, em 2011, "9.852 brasileiros se mataram [...]", representando isso "[...] mais do que o total de assassinatos (520 mil) ou de mortos em guerras (310 mil) no mesmo ano.[...]"

E, nessa abordagem - problema de saúde pública -, ressalta:
 "O que torna os suicídios tema de especial interesse para a saúde pública é o fato de serem em princípio evitáveis. Com efeito, a maioria dos casos --cerca de 90% deles, segundo vários estudos-- está associada a transtornos mentais tratáveis, sobretudo estados depressivos e dependências químicas".
 E aponta, ainda,  a necessidade de
 "Um sistema de saúde bem preparado, que identifique rapidamente os pacientes com potencial suicida e os encaminhe para tratamento psiquiátrico, conseguiria evitar muitas dessas mortes.".
Não há como discordar de argumentos lúcidos e bem embasados como esses que acabamos de citar, resumidamente.

Entretanto, consideramos que esse problema cruel possui duas faces: a visível, que reclama um encaminhamento científico; e a invisível, que suscita uma abordagem filosófico-religiosa, aspectos que, embora diferentes, podem ser vistos como complementares.

Não queremos, neste breve comentário, aprofundar o tema, e sim, diante do seu vulto, ressaltar a preocupação do Blog, encaminhando o leitor/leitora para matérias já publicadas (e também as futuras) que reunimos no link Reflexões-suicídio.

Acreditamos, assim, facilitar o acesso daqueles que queiram se inteirar mais detidamente sobre o suicídio, suas causas - mas também suas consequências - à luz da Doutrina dos Espíritos.
Francisco.
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(*) -  O texto completo deste editorial pode ser acessado em:

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

PEQUENA NOTA SOBRE O DIREITO A VIVER

Eros Roberto Grau


O jurista Eros Roberto Grau, que recentemente aposentou-se do Supremo Tribunal Federal, escreveu o artigo “Pequena nota sobre o direito a viver”, especialmente para a revista Reformador, publicado na edição de setembro (p. 14 e 15). O autor se posiciona contra o aborto de anencéfalos, afirmando que “o nascituro é protegido pela ordem jurídica, e que sua dignidade humana preexiste ao fato do nascimento”

Inventei uma história para celebrar a Vida. Ana, filha de família muito rica, apaixona-se por um homem sem bens materiais, Antonio. Casa-se com separação de bens. Ana engravida de um anencéfalo e o casal decide tê-lo. Ana morre de parto, o filho sobrevive alguns minutos, herda a fortuna de Ana. Antonio herda todos os bens do filho que sobreviveu alguns minutos além do tempo de vida de Ana. Nenhuma palavra será suficiente para negar a existência jurídica do filho que só foi por alguns instantes além de Ana.

A história que inventei é válida no contexto do meu discurso jurídico. Não sou pároco, não tenho afirmação de espiritualidade a nestas linhas postular. Aqui anoto apenas o que me cabe como artesão da compreensão das leis. Palavras bem arranjadas não bastam para ocultar, em quantos fazem praça do aborto de anencéfalos, inexorável desprezo pela vida de quem poderia escapar com resquícios de existência e produzindo consequências jurídicas marcantes do ventre que o abrigou.

Matar ou deixar morrer o pequeno ser que foi parido não é diferente da interrupção da sua gestação.Mata-se durante a gestação, atualmente, com recursos tecnológicos aprimorados, bisturis eletrônicos dos quais os fetos procuram desesperadamente escapar no interior de úteros que os recusam.Mais “digna” seria a crueldade da sua execução imediatamente após o parto,mesmo porque deixaria de existir risco para as mães. Um breve homicídio e tudo acabado.

Vou contudo diretamente ao direito, nosso direito positivo. No Brasil o nascituro não apenas é protegido pela ordem jurídica, sua dignidade humana preexistindo ao fato do nascimento, mas é também titular de direitos adquiridos. Transcrevo a lei, artigo 2o do Código Civil:

A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.

No intervalo entre a concepção e o nascimento dizia Pontes de Miranda “os direitos, que se constituíram, têm sujeito, apenas não se sabe qual seja”. Não há, pois, espaço para distinções, como assinalou o ministro aposentado do STF, José Néri da Silveira, em parecer sobre o tema:

Em nosso ordenamento jurídico, não se concebe distinção também entre seres humanos em desenvolvimento na fase intrauterina, ainda que se comprovem anomalias ou malformações do feto; todos enquanto se desenvolvem no útero materno são protegidos, em sua vida e dignidade humana, pela Constituição e leis.

Trata-se de seres humanos que podem receber doações [art. 542 do Código Civil], figurar em disposições testamentárias [art.1.799 do Código Civil] e mesmo ser adotados [art. 1.621 do Código Civil]. É inconcebível, como afirmou Teixeira de Freitas ainda no século XIX, um de nossos mais renomados civilistas, que haja ente com suscetibilidade de adquirir direitos sem que haja pessoa. E, digo eu mesmo agora, nele inspirado, que se a doação feita ao nascituro valerá desde que aceita pelo seu representante legal tal como afirma o artigo 542 do Código Civil – é forçoso concluir que os nascituros já existem e são pessoas, pois “o nada não se representa”.

Queiram ou não os que fazem praça do aborto de anencéfalos, o fato é que a frustração da sua existência fora do útero materno, por ato do homem, é inadmissível [mais do que inadmissível, criminosa] no quadro do direito positivo brasileiro. É certo que, salvo os casos em que há, comprovadamente, morte intrauterina, o feto é um ser vivo.

Tanto é assim que nenhum, entre a hierarquia dos juízes de nossa terra, nenhum deles em tese negaria aplicação do disposto no artigo 123 do Código Penal, (1) que tipifica o crime de infanticídio, à mulher que matasse, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho anencéfalo, durante o parto ou logo após, sujeitando a a pena de detenção, de dois a seis anos. Note-se bem que ao texto do tipo penal acrescentei unicamente o vocábulo anencéfalo!

Ora, se o filho anencéfalo morto pela mãe sob a influência do estado puerperal é ser vivo, por que não o seria o feto anencéfalo que repito pode receber doações, figurar em disposições testamentárias e mesmo ser adotado?

Que lógica é esta que toma como ser, que considera ser alguém – e não res – o anencéfalo vítima de infanticídio, mas atribuiao feto que lhe corresponde o caráter de coisa ou algo assim?

De mais a mais, a certeza do diagnóstico médico da anencefalia não é absoluta, de modo que a prevenção do erro, mesmo culposo, não será sempre possível. O que dizer, então, do erro doloso?

A quantas não chegaria, então, em seu dinamismo – se admitido o aborto – o “moinho satânico” de que falava Karl Polanyi? (2) A mim causa espanto a ideia de que se esteja a postular abortos, e com tanto de ênfase, sem interesse econômico determinado. O que me permite cogitar da eventualidade de, embora se aludindo à defesa de apregoados direitos da mulher, estar-se a pretender a migração, da prática do aborto, do universo da ilicitude penal, para o campo da exploração da atividade econômica. Em termos diretos e incisivos, para o mercado. Escrevi esta pequena nota para gritar, tão alto quanto possa, o direito de viver.
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(1 ) “Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após: Pena – detenção de dois a seis anos.”
(2) A grande transformação: as origens da nossa época. Tradução portuguesa de Fanny Wrobel. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2000.
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(Revista “Reformador” – Ano 129 • Nº 2190 • Setembro 2011-
 editada pela Federação Espírita Brasileira.). Acesso: 06/setembro/2011.
Formatação atualizada em: 15/agosto/2013.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

11º CONGRESSO ESPÍRITA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO


Tema:
Evangelho: hoje e sempre a luz do mundo

30 e 31 de agosto e 1º de setembro de 2013
Centro de Convenções - Vitória-ES

Realização:
FEEES - Federação Espírita do Estado do Espírito Santo

Palestrantes Convidados:
André Luiz de Oliveira
Antônio Cesar Perri de Carvalho
Dalva Silva Souza
Francisco Ferraz
Maria Elisabeth da Silva Barbieri
Paulo Batistuta Novaes
Sandra Borba e Sandra Della Pola

Temário:
 - Os desafios da vivência familiar
- O espírito, a família e o tempo
- Espiritismo e educação
- Proposta pedagógica de Jesus
- Acolher, consolar, esclarecer e orientar
- Qualificar, humanizar e espiritizar
- Assistencialismo, filantropia e caridade
- A caridade maior: iluminar consciências
- Médiuns e mediunidade na Bíblia
- Médiuns: evangelizar-se para evangelizar
- Evangelho: hoje e sempre a luz do mundo
- Trabalho, solidariedade e tolerância
- O Sermão da montanha nos dias de hoje
- O Evangelho e o Espiritismo na atualidade
- Mediunidade, Física moderna e Evangelho
- Apocalipse – mitos e verdades
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Informações:
secretaria@feees.org.br
Telefone:  (27) 3222-7551
*  *  *
Fonte: Secretaria da FEEES.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

JUVENTUDE, SEXUALIDADE E ESPIRITISMO


Lançamento do livro
Juventude, Sexualidade Espiritismo

Junte algumas centenas de jovens, de variadas faixas etárias, interessados em debater a sexualidade à luz da imortalidade da alma à uma equipe entusiasmada de pais e educadores espíritas, e terá uma ideia da natureza vibrante do encontro de carnaval que deu origem a este livro. Nele falamos de jovem para jovem, de pai para pai e de educador para educador, como compreender a energia sexual e as múltiplas questões apresentadas pela juventude dos dias atuais.

Você poderá adquirir esta obra na Livraria da Feees - Federação Espírita do Estado do Espírito Santo - telefone: (27) 3222-6509.
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(Fonte: http://www.feees.org.br/. Acesso em: 11.08.2013.)

terça-feira, 16 de julho de 2013

CLAMORES

Antonio Cesar Perri de Carvalho - Presidente da FEB
Antonio Cesar Perri de Carvalho*

"Postulações aparentemente localizadas e específicas, repentinamente ensejaram clamores diversos e de maneira difusa, espraiando-se pelo país. Quando se analisa o conjunto das manifestações – majoritariamente pacíficas -, o cenário é muito claro. Está evidente que há muita ansiedade, preocupações e demandas reprimidas.

No ambiente das searas espírita e religiosa em geral, há uma ação continuada em defesa da vida, pois nos últimos anos se amiúdam as tentativas de liberação do aborto e até da eutanásia no Brasil. Infelizmente, muitos não se dão contam que tais propostas estão definidas em alguns ideários partidários. As atividades assistenciais executadas com dedicação pelos espíritas há mais de século, hoje sofrem o influxo de legislações complementares, de normas e de pressões que tendem a inviabilizar a opção da entidade se caracterizar como filantrópica. As organizações religiosas como um todo se sentem estranguladas por tentativas de ingerências do Estado e de governos.

Há uma certa confusão entre o fato do Brasil ser um Estado laico, cabendo toda ação de repeito à diversidade religiosa, com as propostas claramente ateístas que têm embasado algumas ações políticas.

A FEB tem participado ativamente de movimentos da sociedade civil e de foros adequados que visam o respeito à vida em todas suas etapas e de eventos que defendam a diversidade religiosa e a ação social por parte de organizações religiosas.

Numa visão espírita, naturalmente somos levados a refletir no conteúdo e vaticínio de Brasil, coração do mundo, pátria do Evangelho, psicografado por Chico Xavier nos idos de 1938. O espírito Humberto de Campos comenta momentos que nos induzem a entender enganos cometidos ao longo do processo civilizatório de nosso país e, inclusive, destaca colocações e alertas dos orientadores espirituais do país. Todavia, deixa clara a destinação e a missão espiritual do país. Já no prefácio previa-se, há mais de 70 anos atrás: “[…] o Brasil terá também o seu grande momento no relógio que marca os dias da evolução da Humanidade”.

Além dessa monumental obra da lavra mediúnica de Chico Xavier, no marco inaugural do Espiritismo O livro dos espíritos, há significativas questões sobre a vida em sociedade. Especificamente da questão 783, transcrevemos: “Segue sempre marcha progressiva e lenta o aperfeiçoamento da Humanidade?” Trecho da resposta “Há o progresso regular e lento, que resulta da força das coisas. Quando, porém, um povo não progride tão depressa quanto devera, Deus o sujeita, de tempos a tempos, a um abalo físico ou moral que o transforma.”; e, assinalamos um trecho comentado pelo próprio Allan Kardec: “O homem não pode conservar-se indefinidamente na ignorância, porque tem de atingir a finalidade que a Providência lhe assinou. Ele se instrui pela força das coisas. As revoluções morais, como as revoluções sociais, se infiltram nas ideias pouco a pouco; germinam durante séculos; depois, irrompem subitamente e produzem o desmoronamento do carunchoso edifício do passado, que deixou de estar em harmonia com as necessidades novas e com as novas aspirações.”

O Codificador desenvolve importante raciocínio em Obras Póstumas (1ª parte): “Liberdade, igualdade, fraternidade. Estas três palavras representam, por si só, o programa de toda uma ordem social que realizaria o mais absoluto progresso da Humanidade, se o princípio que elas traduzem pudesse receber integral aplicação”.

Parece-nos lícito concluir que temos compromissos com a cidadania. O Espiritismo – como “obra de educação”- se assenta na moral do Cristo, e esta se fundamenta no respeito à vida e ao próximo, na ética e na moral. Tais valores devem ser a grande bandeira para as decisões de foro íntimo e de comprometimento coletivo. A reflexão dos textos do Novo Testamento à luz do Espiritismo são sempre necessárias para compreendermos e buscarmos as novas aspirações para uma Humanidade melhor."
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(*)Antonio Cesar Perri de Carvalho é presidente da Federação Espírita Brasileira.
Fonte: Portal FEB. Acesso em: 15/julho/2013.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

LIVROS DOS SENTIMENTOS

Antonio Cesar Perri de Carvalho*

"Neste ano, dois romances marcantes do Espírito Emmanuel – Renúncia e Ave, Cristo! completam, respectivamente, 70 e 60 anos de lançamento pela FEB.

Os chamados romances históricos de Emmanuel têm seus enredos assentados em episódios do Cristianismo. O próprio autor não é a figura central nos dois romances ora homenageados.

Ave, Cristo!  Desenvolve-se em momentos iniciais da difusão do Cristianismo pelas Gálias, na região da cidade de Lyon, e com etapas em terras da Campânia e na capital do império romano. Destacam-se os exemplos de Ápio Corvino, de irmão Corvino, Basílio, Lívia e dificuldades da personalidade Taciano. Ao final, este e seu pai reencarnado (Quinto Varro/Quinto Celso), são sacrificados em Roma e surge o estandarte com a saudação tocante: “ – Ave, Cristo! os que vão viver para sempre te glorificam e saúdam!”(1)

Na apresentação de Renúncia o Autor Espiritual comenta: “Este é um livro de sentimento, para quem aprecie a experiência humana através do coração.” (2) Nos séculos XVII e XVIII a personagem central Alcione é o marco de dedicação, persistência e acima de tudo de renúncia. Neste livro aparece o trabalho evangelizador de padre Damiano e os diálogos entre ele e a jovem citada, sobre o estudo do Evangelho, o que serviu de inspiração para que um grupo de estudiosos do Evangelho, liderados por Honório Onofre Abreu iniciasse um estudo aprofundado do Novo Testamento.

Consideramos que os grandes exemplos de renúncia da personagem Alcíone são comparáveis aos de Quinto Varro em “Ave-Cristo!” e dos que entregaram suas vidas sob a égide do clamor “Ave, Cristo!”(3)

Entendemos como muito oportuna a leitura, estudo e reflexão sobre os dois livros, pois a dedicação e renúncia dos cristãos primitivos se repetiram em outros momentos de nossa Civilização, em personificações nobres e altaneiras. O Espírito de Verdade define que a Sabedoria humana reside em duas palavras: “A abnegação e o devotamento são uma prece contínua e encerram em ensinamento profundo.(4)

O pano de fundo dos dois romances é o Cristianismo e os enredos transbordam de emoções e sentimentos humanos. Ambos são muito úteis para os momentos difíceis de nossos tempos, em que a grande tarefa é a concretização das propostas cristãs com a compreensão aplicada pela Doutrina Espírita.
1. XAVIER, Francisco Cândido. Ave Cristo! Pelo Espírito Emmanuel. Ave Cristo!, p. 8, Ed. FEB.
2. XAVIER, Francisco Cândido. Renúncia. Pelo Espírito Emmanuel. Velhas Recordações, p. 8, Ed. FEB.
3. Editorial. Reformador, Abril de 2013, on line:
http://www.sistemas.febnet.org.br/reformadoronline/pagina/?id=348
4. KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. VI, item 8, Ed.FEB."


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(*) O autor é presidente da Federação Espírita Brasileira.
Texto e imagens disponíveis no Portal FEB. Acesso em: 15/julho/2013.Destaques: pelo Editor do Blog.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

A FEB E O MOMENTO ATUAL - VISÃO DE ALLAN KARDEC


"Allan Kardec pergunta: Segue sempre marcha progressiva e lenta o aperfeiçoamento da Humanidade?

Os Espíritos respondem: “Há o progresso regular e lento, que resulta da força das coisas. Quando, porém, um povo não progride tão depressa quanto devera, Deus o sujeita, de tempos a tempos, a um abalo físico ou moral que o transforma.”

Allan Kardec comenta: O homem não pode conservar-se indefinidamente na ignorância, porque tem de atingir a finalidade que a Providência lhe assinou. Ele se instrui pela força das coisas. As revoluções morais, como as revoluções sociais, se infiltram nas idéias pouco a pouco; germinam durante séculos; depois, irrompem subitamente e produzem o desmoronamento do carunchoso edifício do passado, que deixou de estar em harmonia com as necessidades novas e com as novas aspirações.

Nessas comoções, o homem quase nunca percebe senão a desordem e a confusão momentâneas que o ferem nos seus interesses materiais. Aquele, porém, que eleva o pensamento acima da sua própria personalidade, admira os desígnios da Providência, que do mal faz sair o bem. São a procela, a tempestade que saneiam a atmosfera, depois de a terem agitado violentamente.
(Questão 783, O Livro dos Espíritos)"
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(Texto disponível no Portal FEB - www.febnet.org.br .
Acesso em: 03/julho/2013.)
Imagem: www.google.com. Acesso em: 03.07.2013.

terça-feira, 4 de junho de 2013

DISCO VOADOR


Disco Voador
(Palmeira)

Tomara que seja verdade
Que exista mesmo disco voador
Que seja um povo inteligente
Pra trazer pra gente a paz e o amor

Se for pra bem da humanidade
Que felicidade esta intervenção
Aqui na Terra só se pensa em guerra
Matar o vizinho é nossa intenção

Se Deus que é todo-poderoso
Fez esse colosso suspenso no ar
Porque não pode ter criado
O mundo apartado da terra e do mar

Tem gente que não acredita
Acha que é fita os mistérios profundos
Quem tem um filho pode ter mais filhos
O Senhor também pode ter outros mundos 

Os homens do nosso planeta
Dão a impressão que já não tem mais crença
Em vez de fabricar remédio
Pra curar o tédio e outras doenças

Inventam armas de hidrogênio
Usam o seu gênio fabricando bomba
Mas não se esqueçam que por mais que cresçam
Que perante Deus qualquer gigante tomba

O nosso mundo é um espelho
Que reflete sempre a realidade
Quem forma vinha colhe uva
E quem planta chuva colhe tempestade

No tempo que Jesus vivia
Ele disse um dia e não foi a esmo
Que neste mundo a maldade infesta
Tudo que não presta morre por si mesmo. 
* * *
Imagem: www.google.com . Acesso em: 04/junho/13.
Formatação atualizada em: 21/agosto/2016.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

LEITURA RECOMENDADA: "A CAMINHO DA LUZ"


O Espiritismo, na sua missão de Consolador, é o amparo do mundo neste século de declives da sua História;

só ele pode, na sua feição de Cristianismo redivivo, salvar as religiões que se apagam entre os choques da força e da ambição, do egoísmo e do domínio, apontando ao homem os seus verdadeiros caminhos. No seu manancial de esclarecimentos, poder-se-á beber a linfa cristalina das verdades consoladoras do Céu, preparando-se as almas para a nova era. São chegados os tempos em que as forças do mal serão compelidas a abandonar as suas derradeiras posições de domínio nos ambientes terrestres, e os seus últimos triunfos são bem o penhor de uma reação temerária e infeliz, apressando a realização dos vaticínios sombrios que pesam sobre o seu império perecível.

Ditadores, exércitos, hegemonias econômicas, massas versáteis e inconscientes, guerras inglórias, organizações seculares, passarão com a vertigem de um pesadelo.

A vitória da força é uma claridade de fogos de artifício.

Toda a realidade é a do Espírito e toda a paz é a do entendimento do reino de Deus e de sua justiça.

O século que passa efetuará a divisão das ovelhas do imenso rebanho. O cajado do pastor conduzirá o sofrimento na tarefa penosa da escolha e a dor se incumbirá do trabalho que os homens não aceitaram por amor.” (1)

*  *

"...a história da civilização à luz do Espiritismo..."

Ditada pelo Espírito Emmanuel, ao médium Francisco Cândido Xavier, de 17 de agosto a 21 de setembro de 1938, a obra “A Caminho da Luz - História da Civilização à Luz do Espiritismo”, publicada pela Federação Espírita Brasileira (FEB) em 1939, completa, em 2013, 75 anos.

O livro “[...] Narra a história da civilização à luz do Espiritismo, mostrando a verdadeira posição do Evangelho do Cristo em face das religiões e filosofias terrenas. Trata dos primeiros habitantes da Terra, perpassando as páginas históricas dos povos, dos grandes impérios e das mutações que se sucedem na direção do futuro. Emmanuel demonstra que, por determinismo divino, estamos todos a caminho da Luz!”. (2)
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(1) - " A Caminho da Luz".14ª ed. FEB. Cap. XXV, págs. 213/214.
(2) - Sinopse/imagem: Livraria Virtual - Portal FEB. Acesso em: 23/maio/2013.
Formatação/destaques: pelo editor do Blog.

sábado, 25 de maio de 2013

MUITAS 'VIDAS' OU MUITAS 'EXISTÊNCIAS'?


Rui Augusto B. Guerreiro

"A vida pertence ao Espírito imortal, iniciada quando é este criado simples e ignorante."

Pode parecer estranho para alguns o título acima; todavia, muitas confusões acontecem quanto ao correto termo a ser usado: afinal, temos muitas vidas ou muitas existências? Alguns dirão que tanto um quanto outro quer dizer a mesma coisa, e que tal distinção em nada acrescenta. Vejamos.

Conforme a Parte Segunda, capítulo IV, de O Livro dos Espíritos, está ali expresso o título “Da pluralidade das existências”. Na questão 166, pergunta Kardec aos Espíritos Superiores: “Como pode a alma, que não alcançou a perfeição durante a vida corpórea, acabar de depurar-se?” Respondem estes que “sofrendo a prova de uma nova existência” (grifamos). Pergunta mais adiante: “A alma passa então por muitas existências corporais?”, para a qual respondem que “sim, todos contamos muitas existências [...]” (grifamos). Já na questão 168, indaga Kardec: “É limitado o número das existências corporais, ou o Espírito reencarna perpetuamente?” É dito como resposta que “a cada nova existência, o Espírito dá um passo para diante na senda do progresso. Desde que se ache limpo de todas as impurezas, não tem mais necessidade das provas da vida corporal” (grifamos). Mais adiante, no capítulo VI, dentro do título “Da vida espírita”, temos o subtítulo “Recordação da existência corpórea , no qual se desenrolam mais questionamentos, sempre se referindo às várias existências, seja na Terra, seja em outros mundos.

Tais ilustrações servem para demonstrar que, em realidade, vida temos tão-somente uma, e que cada nova passagem pelo Planeta é, sim, uma nova existência. A vida pertence ao Espírito imortal, iniciada quando é este criado simples e ignorante. Seria como compararmos o corpo com as roupas: o corpo permanece o mesmo, porém as roupas não. A cada dia, outras roupas são usadas, de acordo com as nossas necessidades.

Assim, quando formos novamente questionados, diremos que vida temos uma só, criada para a eternidade, e que existências temos muitas, eis que isso está diretamente ligado ao aproveitamento das oportunidades que nos são possibilitadas pela Misericórdia Divina.

*  *  *
(Texto publicado na revista Reformador, de julho/2006,
editada pela Federação Espírita Brasileira.
Disponível no Portal FEB. Acesso em: 19/janeiro/2012.)
Imagem: www.google.com. Acesso em: 22/janeiro/2012.
Formatação atualizada em:25.05.2013.

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